Faz um tempo descobri que o reconhecido músico estadounidense Moby começou um blog sobre a arquitetura de Los Angeles (EUA) e que o mesmo define com fotos de arquitetura estranha e bonita de Los Angeles.
Temos visto como outros personagens, não ligados a arquitetura, têm interesses por ela que materializam desde diferentes perspectivas, e o mais interessante de tudo, em um tom coloquial, despreocupado e carente de uma carga intelectual com a que muitas vezes nos encontramos, elevando algo que é muito mais simples e do qual todos têm opinião.
A arquitetura é um tema que toca a todos na vida diária e isso gera reações nas pessoas e nos usuários que são finalmente para quem, supostamente, foram projetados e pensados esses lugares. Neste caso, Moby registra edifícios ou lugares “anônimos” que lhe parecem interessantes por diversos motivos, com uma série de fotografias que vai acompanhada de um texto, onde realiza alguma observação de um caráter mais subjetivo, porém me parece muitas vezes acertado, já que as variáveis que preocupam os “não-arquitetos” são em geral diferentes daquelas que nos preocupam, o que é preocupante.
O blog me parece interessante por alguns motivos, mais do que por ser de um famoso músico.
O primeiro, a arquitetura é algo que todos vivemos no cotidiano e inconscientemente se geram apreciações, opiniões ou críticas de aquilo que habitamos ou vivemos e que têm sua origem em eventos fora da arquitetura em si. Seu valor e apreciação escapam de um plano “acadêmico” e de “crítica especializada”, que é o que interessa aos arquitetos, e volta-se algo coloquial, mais próximo do subjetivo.
O segundo, é que a apreciação ou ponto de vista dos arquitetos é muito diferente da dos não-arquitetos, e chama a atenção que muitas vezes algo que como arquitetos nos agrada, por diferentes motivos, a gente em geral parecem ruim ou feio (podemos usar o qualificativo que queiramos), e obviamente funciona ao contrário também.
Existe, muitas vezes, uma separação ou brecha entre o que encontramos ou nos é mostrado como destacável e a opinião contraria o cidadão comum, onde, em muitos casos, custa muito explicar o porquê sem cair em argumentos despojados de arquitetura.
A arquitetura é um trabalho cotidiano e muito mais simples do que pensamos, e do qual todos têm uma opinião válida. Quem tem razão?
